2 mentiras da mente
Após dias descansados e em família, é altura de voltar à rotina diária. Baterias carregadas, sono em dia, conversas e boa gastronomia, tudo pronto para regressar à batalha.
As reflexões não deixam de acontecer durante as férias. Especialmente quando estamos com mais pessoas e se conversa um pouco. Procuramos sentirmo-nos bem, ser felizes, cada um à sua maneira. Mas acabo por ver que a nossa mente, o nosso ego (a pessoas que pensamos ser), tem um grande contributo para que não nos sintamos felizes. Pensei em duas grandes mentiras da mente:
A felicidade passa por uma vida sem problemas. Esta armadilha dinamita as possibilidades de felicidade. A vida trará sempre momentos bons e momentos menos bons. É inevitável, faz parte das regras do jogo. Podemos lutar, esforçar, planear, até rezar, fazer tudo e mais alguma coisa; mas na vida o bom e mau existem e acontecem a todos. A felicidade passa por aceitar isto e construir um modo de vida que nos permita usufruir do bom e enfrentar o menos bom.
Outra mentira é ver uma vida perfeita nos outros. As nossas inseguranças, os nossos receios, vêm vidas perfeitas à nossa volta. Valorizamos demais os aspetos positivos da vida dos outros e ignoramos ou desvalorizamos as dificuldades que eles enfrentam. Todos temos problemas para resolver, aspetos internos para trabalhar, etc... Nós temos os nossos, os outros têm os deles.
Não tenho nenhuma fórmula da felicidade. Penso até que para ser feliz precisamos do mesmo que para ser infeliz: estarmos vivos. A forma como enfrentamos o que a vida nos atira é que fará a diferença (não falo aqui de situações de doenças graves, famílias desestruturadas, etc...).