Da mente
Quando temos momentos difíceis mergulhamos facilmente nas questões mais fundamentais da vida. Por vezes, são questões que nos colocamos de forma temporária, correspondente a esses momentos mais duros; outras vezes, as questões acompanham-nos e inciamos uma busca. Quando a busca atinge um grau de profundidade substancial chegamos à espiritualidade, porque só aqui encontramos respostas.
Os nossos dias são comandados pela mente. Assim, o esquema de vida criado pelo homem responde a grande parte das necessidades da mente e os dias vão passando de forma aceitável. Somos criados em sociedade, portanto, o nosso esquema mental está adaptado ao que nos é ensinado, à programação que é feita desde que nascemos. Quando aprofundamos o conhecimento nesta área, especialmente no modelo mais oriental (Hinduísmo, Budismo, Vedanta), aprendemos um conceito incómodo: não somos a mente. A mente resulta dessa programação, é um amontoado de pensamentos, memórias e programação que não passa de um objeto experienciado pelo nosso verdadeiro ser.
Aos poucos, percebe-se esse conceito. Os exercícios de introspeção revelam isso mesmo, percebemos que o nosso sentimento interior de vida, a chama que ilumina e alimenta a nossa existência é independente da mente. Se a mente parar, continuamos a existir; este eu, esta forma de vida, continua. Assim, toda a estrutura de vida centrada na mente acaba por ruir e surge a necessidade de reformular toda a forma de estar na vida. Afinal, o conceito de vida muda completamente.