O fim
Chegou a hora. A ideia associada a este blog está estranhamente esvaziada. Pensei que seria uma maratona de décadas, com muito para contar, mas não foi. Foi bem mais curto, com desfecho inesperado.
Passei vários anos à procura da reposta. Experimentei vários caminhos e diversas dimensões. Cada vez que aprofundava uma direção o resultado era sempre o mesmo: a resposta não está aqui. A busca não termina por desistência ou por falta de resposta. Pelo contrário, a resposta foi encontrada. A verdade é que não há resposta.
Aparecemos neste mundo sem pedir e somos lançados às feras sem livro de instruções. Por incrível que pareça, a humanidade ainda continua à procura das respostas às questões fundamentais sobre Deus, a criação do universo e natureza da realidade. E do lado científico, quanto mais se sabe, mais perguntas e mais mistério aparece. Continuamos sem saber de onde vimos e o que estamos aqui a fazer. Falta-nos o chão, a base, os alicerces sobre os quais construir a nossa existência.
Assim, sem respostas e com uma insatisfação permanente, resta ao ser humano aceitar humildemente a sua condição. Aceitar a sua mortalidade, aceitar a sua imperfeição, aceitar que forças mais poderosas regulam tudo isto, e, simplesmente, viver. Viver com o que a vida nos dá, usufruindo das coisas boas e aguentando as mais duras. Podemos lutar, reagir, indignar com as injustiças do universo, mas pouco ou nada conseguimos resolver sobre o que a vida nos trará a seguir.
Assim, a reposta é aceitar. Compreender com humildade que somos um grão de areia neste mundo e uma insignificância no universo. Isto enquanto seres humanos. O jogo da existência humana é procurar, atuar, fazer, esforçar-se até ao limite das forças e não conseguir. Quando concluímos que não há solução, a vida flui como antes, mas com muito menos exaustão.