Algumas ideias começam a ficar mais claras na minha mente.
A distinção observador/observado como conceito primordial para percebermos que não somos o corpo, nem a mente. Se olhamos para o computador, nós somos o observador (sujeito) e o computador o observado (objeto). É intuitivo que o observador é diferente do objeto observado. Assim, nós conseguimos observar o corpo (ver, sentir, cheirar, etc...), pelo que o corpo apresenta-se como um objeto da nossa observação. Se é um objeto, nós não somos o corpo.
O mesmo se passa com a mente. Na nossa mente aparecem pensamentos, sentimentos, memórias, informações recolhidas pelos sentidos, e nós tomamos consciência disso. Se estou a pensar em espiritualidade, observo o pensamento sobre espiritualidade, mas não sou o pensamento sobre espiritualidade. O pensamento e a restante a atividade da mente apresentam-se como objetos para a minha perceção. A minha essência (consciência) é o sujeito desta observação. Agora, consigo observar a minha consciência? Pode a consciência ser um objeto de observação? Não. Pois bem, é exatamente o que somos na nossa mais pura essência.
Os místicos e iluminados (como Buda ou Cristo) transmitem experiências de que a nossa consciência não é individual, não é separada do resto. Dizem-nos que há uma única consciência e a nossa essência é essa consciência. Quem se encontra nesse estado de iluminação experiencia a partir dessa consciência universal. Se a nossa perceção de ser está limitada ao nosso corpo e à nossa mente, estas pessoas sentem que são tudo o que existe. Sentem que são as outras pessoas, os objetos e todos os componentes da natureza.
Isto pede uma conclusão, mas fica em aberto, porque para mim é um tema completamente em aberto...