O dia começou com reflexões potentes. À volta do amor e da paixão, logo, só podia ser potente. Os pensamentos borbulharam, mas talvez aqui os consiga expressar de forma organizada. Organizar os pensamentos erráticos da mente é uma das grandes vantagens de um diário.
O que é amor? Para percebermos o amor devemos pensar no criador, eu chamo-lhe Tao, mas há quem chame Deus, Alá, Krishna ou Braman. O Tao libertou a energia que originou o universo e o que fez a seguir? Nada, absolutamente nada... Permite que a sua criação siga o seu próprio caminho. Não tenta controlar ou dirigir; não julga ou opina sobre o que acontece; não pretende impor uma vontade. Apenas deu vida e permite que as coisas aconteçam. Isto é amor, onde se respeita, permite, partilha e dá. É uma visão virada para o bem exterior e não para desejos próprios. Neste sentido, amor e ego são simplesmente incompatíveis. Neste sentido, a presença do amor é rara, muito rara. Neste sentido, a linguagem comum chama amor à paixão e tudo se confunde.
Há dois sentimentos muito próximos do amor: respeito e amizade. O respeito implica uma aceitação do outro, das suas atitudes, pensamentos, sentimentos e ideias, logo aí temos a suspensão do julgamento e da opinião, o que tira o ego do caminho e permite uma aproximação ao amor.
A partir do respeito pode nascer a amizade, onde uma empatia especial aparece. Na amizade desejamos o bem do outro de uma forma desinteressada. Mais uma vez há a suspensão do ego, dos nossos próprios desejos e opiniões pelo bem do outro.