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Vida de Sonho

Todos os dias temos uma decisão a tomar: o que vou fazer com a minha vida? Por aqui registo reflexões sobre essa guerra.

Vida de Sonho

31
Ago17

Daily journal - 31/08/2017

Vida de sonho

Hoje termina o mês. Se a primeira quinzena foi de férias, a segunda nem por isso. Foi bem durinha (no trabalho) e tudo aponta para que a dureza continue nos próximos tempos. É preciso foco, determinação e atacar os temas, pegar o touro pelos cornos.

Não há volta a dar. Os problemas resolvem-se atuando sobre eles, as tarefas são concluídas pela execução, os objetivos são atingidos pelo planeamento do processo e uma execução rigorosa e disciplinada do planeado. É o nosso empenho que faz acontecer.

Estou a falar na vida do dia a dia. No plano metafísico já temos algumas diferenças. O grande desafio é articular as duas coisas. Procuramos respostas às questões mais profundas da humanidade e muitas delas requerem introspeção, distância, "desidentificação" com o mundo. Ora, aparentemente estamos com uma contradição entre o físico e o metafísico, mas os místicos mostram o contrário. Muitos seres iluminados mantiveram uma ação no mundo material: Buda ensinou, Jesus Cristo pregou, não se recolheram para um mosteiro ou uma caverna e viveram a sua iluminação isolados. Há quem indique que o livro Baghavad Ghita, grande referência espiritual, é um apelo à ação. Assim, não há, nem pode haver, separação entre o caminho espiritual e material. É necessário refletir, trabalhar muito neste ponto essencial.

30
Ago17

Daily journal - 30/08/2017

Vida de sonho

Ontem foi novo dia interessante. Concluí uma tarefa chata no trabalho, que representou um certo alívio. A minha costela espiritual também teve um bom dia, já que reforcei a minha compreensão do funcionamento da mente de acordo com a visão da Advaita Vedanta.

Voltei a ver uns vídeos sobre a forma como experimentamos o mundo à nossa volta e a natureza da matéria. Matéria é coisa que não existe, o que nos parece matéria é na essência apenas energia. Isto é ciência, temos a física quântica a demonstrá-lo. Também é científico que as nossas experiências sensoriais são criadas no cérebro. Há receção de informação nos nossos órgãos sensoriais, que é interpretada pelo cérebro. No caso da visão, o cérebro cria uma imagem correspondente à informação recebida. A ser assim, não podemos afirmar que existe um mundo exterior. Podemos afirmar que o cérebro nos apresenta um mundo aparentemente exterior.

Isto é muito potente, são informações realmente revolucionárias sobre a forma como vemos a vida.

29
Ago17

Daily journal - 29/08/2017

Vida de sonho

A turbulência continua. O meu percurso mais recente mostra os seus impactos e noto como penso de maneira diferente. Mas não só, a verdade é que estou ligado às coisas de maneira diferente, não as valorizo tanto.

Especialmente nas situações menos boas, mais no trabalho, elas acontecem, pensamentos e sentimentos aparecem em conformidade, mas acalmam rapidamente. Já não ficam tanto tempo a flutuar no consciente. Isto tem coisas boas e coisas más. Grande parte das situações não justificam que o meu bem estar físico e emocional se altere, mas enquanto precisar de trabalhar, o envolvimento tem que existir. Tenho que ser digno do salário que me pagam. Não posso permitir que a diminuição da minha identificação mental com o trabalho interfira com a performance.

Parafraseando o que disse Krishna a Arjuna: vive a espiritualidade, mas luta a batalha da vida. Não são caminhos mutuamente exclusivos. Isolarmo-nos numa caverna com as situações do mundo na nossa mente não é o caminho.

28
Ago17

Daily journal - 28/08/2017

Vida de sonho

Mais um dia, mais um milagre. Devia perguntar-me todos os dias o que quero fazer com este milagre. O problema é que é uma pergunta sem resposta. E é uma pergunta sem resposta, porque na procura de respostas para outras perguntas fundamentais, esta torna-se impossível de responder.

A verdade é que a nossa pequena e insignificante pessoa não é importante, resume-se a um pequeno pontinho no meio do universo. Mas não deixa de ser um ponto de vida e, como diz um sadguru, this piece of life is important. Esta expressão de vida é importante, porque revela que a vida existe e se manifesta. Agora, do nosso eu mental já não podemos dizer o mesmo. No entanto, temos de viver com ele. Sendo assim, convém assegurar uma convivência pacífica, a melhor possível.

O nosso eu mental tem uma característica que a maioria de nós não considera: pode ser moldável. Nós podemos construir esse eu, é moldável ao conjunto de pensamentos a que for exposto de forma consistente. Assim, que eu queremos construir?

23
Ago17

Daily journal - 23/08/2017

Vida de sonho

A rotina regressa. O final das férias coloca-nos de volta ao modelo de vida que predomina na nossa vida adulta. Os ajustes planeados para este período estão em curso. As viagens de metro são momentos de liberdade. Sento-me, fecho os olhos e acontece o que tem que acontecer: meditar, pensar ou dormir tem sido o mais frequente. É um período de descanso, de descontração. Em qualquer das alternativas, a vida está a acontecer de forma natural, espontânea, o que é o mais importante.

Nesta fase da vida, com filhos pequenos que exigem muita atenção da nossa parte, esta rotina tem muitas vantagens. O período em que estamos fora de casa, principalmente por motivos profissionais, é o período em que nos dedicamos a nós próprios. Nessas horas, dedicamo-nos a fazer o que escolhemos para ocupar os nossos dias. A verdade é que após sairmos de casa estamos por nossa conta. Vamos para o nosso trabalho, tratamos das nossas tarefas, comemos o nosso almoço, os nossos cafés, os nossos cigarros, etc... Claro que o trabalho é, para quase todos, dirigido por terceiros, mas esse trabalho é a nossa escolha. Não temos autonomia total, mas isso é uma opção própria. Por muito que custe ou seja difícil reconhecer, a opção de trabalhar naquele local é nossa. As histórias que a nossa mente começa a contar para contrariar não são mais do que desculpas.

Tudo isto para concluir que todos temos muito tempo para nós próprios, desde que saímos até voltamos a casa. Se o que fazemos não tem significado para nós ou nos desagrada, apenas nós somos responsáveis por isso.

22
Ago17

Daily journal - 22/08/2017

Vida de sonho

Ontem foi mais um dia marcante nos meus estudos da Advaita Vedanta, filosofia inspirada nos Vedas, os livros sagrados do Hinduísmo.

Da ciência, sabemos há muito tempo que tudo é energia. Não existe algo que se possa chamar matéria, tudo o que pensamos que existe é uma interação de energia a vibrar na mesma frequência. Mas a verdade é que a nossa experiência de vida não corresponde a essa evidência. Do Hinduísmo vem a resposta.

Diz-nos que a nossa realidade última, a nossa essência, é consciência. Todos nos sentimos conscientes, vivos. Essa consciência "esqueceu-se" da sua verdadeira origem e pensa que é a mente. Ora, a mente é a ferramenta extraordinária que interpreta essa energia e apresenta a informação à consciência como formas, cores, sons, cheiros, etc... Dado esse estado de confusão, a consciência acredita que o que a mente apresenta é real.

Numa das suas palestras, Swami Sarvapryiananda cita Swami Vivekananda, de uma forma semelhante a esta: a coisas não têm existência própria, nós insuflamos-lhe vida e depois perseguimo-as ou fugimos delas. Que ideia poderosa!

21
Ago17

Daily journal - 21/08/2017

Vida de sonho

O pecurso continua. Depois de um longo período de aprendizagem e de entusiasmo com as ideias e revelações do Tao e da Vedanta, começo a voltar a colocar os pés no chão. A verdade é que nada pode ser mais importante do que investigar as questões mais profundas que a existência nos coloca, mas as respostas não aparecem nem são interiorizadas em um ou dois anos. Muito menos experienciamos a nossa natureza divina e o estado de iluminação nesse período de tempo. Há uma vida humana em curso e ela não pára. Há responsabilidades, deveres do dia a dia para cumprir.

Se a espiritualidade deve ser central na nossa vida, não é o único aspeto. No meu caso, tenho pessoas à minha volta que dependem de mim, tenho compromissos e responsabilidades. Estas coisas não desaparecem de um dia para o outro. Por outro lado, fazem parte da obra do criador, portanto, não têm menos valor que as atividades espirituais.

O meu grande desafio atual é conciliar o dia a dia, as tarefas e responsabilidades mundanas com a espiritualidade. E não devia ser difícil, porque tudo é divino. Rezar, meditar, manifestar a nossa essência é tão espiritual como cuidar da família, trabalhar ou amar o próximo. Mas é difícil juntar estas duas dimensões, que intuitivamente separamos.

18
Ago17

Daily journal - 18/08/2017

Vida de sonho

Neste momento, a minha visão da vida está completamente fora da realidade. As reflexões filosóficas/existenciais, a busca pelos porquês fundamentais levam-nos a ideias e conceitos muito diferentes e até contrários à mentalidade dominante.

Quando refletimos sobre o universo, a única conclusão a que chegamos é que tudo aparece, existe durante um período de tempo e depois desaparece. E que tudo simplesmente existe. Os animais, as plantas, os planetas, as galáxias, existem. No caso de animais e plantas, tratam das suas necessidades de sobrevivência e vivem, simplesmente vivem. Não têm objetivos, não têm um destino, não têm uma agenda, existem e interagem com o mundo. Por que motivo os seres humanos devem ser diferentes? Nós nascemos, vivemos durante um certo período de tempo e desaparecemos. Somos meros grãos de pó num universo imenso, infinito para a nossa pequena capacidade de compreensão.

Portanto, quando os nosso pensamentos estão por aqui, a vida social engendrada pelo ser humano torna-se algo inventado pela nossa mente na sua procura por significado. Procura algo que não existe, que não tem capacidade de compreender. E onde me leva isto tudo?

17
Ago17

Daily journal - 17/08/2017

Vida de sonho

No meio de um dia difícil, ocorreu uma importante evolução filosófica. O meu estudo de Vedanta deu um passo em frente, com a compreensão de que tudo o que nos acontece é reconhecido na nossa consciência. Eu não estou a olhar para um monitor enquanto escrevo, antes a minha consciência está a ter uma experiência de teclar no computador e letras aparecerem no monitor.

Se há algo que podemos afirmar sem receios é que estamos vivos e conscientes. Estamos a experienciar a vida. De acordo com a filosofia de Vedanta, é a nossa consciência que experiencia o que nos rodeia e nós próprios. Os sinais são recebidos pelos orgãos dos sentidos, interpretados pela mente e apresentados à nossa consciência. Ou seja, eu não estou a ver um computador, um objeto externo a mim. O que posso afirmar com segurança é que a minha consciência está a ter uma experiência de um computador. Tudo acontece na nossa consciência, tudo são experiências.

No trajeto a pé para o trabalho cruzei com várias pessoas. A minha consciência teve a experiência de vários corpos humanos em movimento. Não posso dizer que experienciou pessoas, porque não experienciou a mente e a consciência dessas pessoas. Experienciou movimento.

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