A minha utopia
É um facto demonstrado por vários estudos, bem como revelado pelos testemunhos de tantas pessoas, que poucas gostam do que fazem ou da vida que têm. Embora procure, não tenho resposta para esse enorme desafio que todos enfrentamos. Não tenho resposta, mas podemos idealizar, sonhar, criar uma utopia.
O meu sonho é ter liberdade para fazer o que quiser, mas para isso necessito ter as necessidades básicas asseguradas: alimentação, abrigo, vestuário, apoio na saúde. Isso seria possível se existisse algo semelhante a um rendimento de subsistência universal. Qualquer pessoa receberia um valor mensal suficiente para assegurar a sua subsistência. Esta solução tem uma vantagem inquestionável: as pessoas poderiam fazer o que gostam, mesmo que seja nada.
A grande maioria das pessoas não iria ficar sem fazer nada, não está na nossa natureza. Com este suporte, poderiam procurar a melhor forma de ocupar o seu tempo sem qualquer preocupação. Caso uma das escolhas falhasse, facilmente mudariam e tentariam outra coisa. E continuariam a tentar até encontrar, o que não demoraria assim tanto. Acredito sinceramente que os níveis de felicidade e bem estar iriam disparar, mas também a produtividade. Com mais pessoas a trabalharem na sua ocupação de eleição, o aumento de produtividade é inevitável. Assim, uma percentagem inferior da população a trabalhar não implicaria uma redução proporcional na produção.
Não descarto a dificuldade de implementar algo como isto, mas por isso mesmo chamo utopia.