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Vida de Sonho

Todos os dias temos uma decisão a tomar: o que vou fazer com a minha vida? Por aqui registo reflexões sobre essa guerra.

Vida de Sonho

30
Out18

O chip mental

Vida de sonho

As manhãs lá em casa são um case study. Eu levanto-me cedo, faço o meu exercício, preparo-me, trato dos pequenos almoços e lanches para o pessoal. O resto da malta começa a acordar tarde e devagarinho, toma o pequeno, olham para o relógio... e a correria começa. É um stress matinal. Mas isto não tem nada de case study, é mais do que comum!!

A questão é que os dias começam com stress, o pessoal queixa-se do stress, já saem de casa com algum desgaste emocional e a paciência em mínimos. Depois dispara-se para todo o lado, procura-se culpas e soluções nos outros. A solução é muito simples: levantar mais cedo. O aspeto de case study reside em 2 pontos:

Primeiro: se algo está a funcionar mal, a única forma de melhorar é alterar. Há uma frase muito disseminada que reza: fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é uma definição de insanidade.

Segundo: temos que tomar as rédeas, necessitamos olhar para o espelho e perguntar: o que consegues fazer para alterar as coisas? Não adianta esperar que as pessoas à nossa volta mudem para resolver o nosso problema. Começar por olhar para o que podemos fazer para mudar a situação é o caminho.

E isso aplica-se à condução da nossa própria vida. É fundamental que assumamos o controlo, o protagonismo, para que a nossa vida tome a direção que desejamos. Não é a culpar ou desejar que cônjuges, filhos, pais, chefes,  professores, organizações, o sistema de justiça, o sistema de saúde, o país ou a União Europeia mudem para a postura que nos resolveria a vida que resolvemos as coisas. É a tomar as rédeas e fazer o que depende de nós e o que está ao nosso alcance para melhorar. Às vezes é tão simples como levantar cedo, o difícil é mudar o chip mental que aponta sempre para os outros.

29
Out18

Ideias soltas

Vida de sonho

Ontem o meu sogro fez 70 anos. Aos 70 anos já temos uma experiência de vida respeitável, já se passou por muito, vimos muitas coisas, passámos por muitas coisas e aprendemos. Em várias pessoas com mais idade encontro um estado mental invejável. Encontra-se mais vezes calma, serenidade, abertura para o próximo, para uma conversa amigável, disponbilidade e encanto perante as crianças, notável...

Curiosamente, a malta dos 30/40/50 ainda está na caçada, ainda está orientada pelos desejos do ego e a procura de algo que vá trazer felicidade. Está no topo das suas capacidades, dada a maturidade físico-mental, mas ainda está à procura, a atenção ainda está virada para fora. Isto é o que observo, mas também eu próprio me identifico com essas características. Estar a escrever estas linhas significa mesmo isso, a criação deste espaço diarístico teve um objetivo inicial (clarificar e sistematizar ideias), logo, estou à procura de algo. Como todos, procuro estar bem, mas enquanto continuar a procurar, estou a depender de algo externo a mim. Mesmo que seja algo com origem em ações minhas.

As diversas fases da vida exigem papéis diferentes. A fase da luta tem muito de agradável, com a nossa capacidade de fazer coisas acontecer a proporcionar muita satisfação. É pena que a nossa fonte inesgotável de desejos quase não permita usufruir das conquistas, já que o final de um acaba por ser o início de outro. Acho que nunca me cansarei de repetir este tema da caçada, dos desejos e a insatisfação permanente, porque são necessárias muitas repetições para que uma ideia se integre no nosso inconsciente e se torne parte da nossa identidade.

25
Out18

A vida continua

Vida de sonho

É assim a vida, depois de um dia muito duro, a rotina regressa. Às vezes parece que passamos por terramotos que colocam tudo em causa, parece que tudo vai acabar. São momentos muito intensos no lado emocional, mas depois os adultos regressam ao trabalho, porque continuam a ter de ganhar a vida; os mais jovens regressam à escola, porque têm escolaridade obrigatória (ou não) a cumprir.

O mar tem maré alta e maré baixa, mas até afundar o barco continua a navegar. Temos dias eufóricos e infelizes, mas enquanto a chama da vida brilhar temos que continuar.

A grande questão para tanta gente mantém-se: continuar a fazer o quê?

24
Out18

Dor e revolta

Vida de sonho

Há 2 dias escrevia sobre a visita a uma criança de 4 anos com cancro, hoje vou ao funeral...

Existem coisas incompreensíveis, inexplicáveis, injustas e revoltantes. Uma delas é crianças passarem por este drama chamado cancro. Não se consegue aceitar.

Nestes momentos volta-se sempre às mesmas questões, eternas e sem resposta. Existe Deus? Se existir, como permite que estas coisas aconteçam? Por que motivo vivemos num mundo assim, recheado de dor e injustiça? Por que motivo foi criado desta forma? E o nosso papel aqui? O que estamos aqui a fazer? Porquê? Com que objetivo? A nossa mente dispara questões atrás de questões, de forma imparável, todas com a mesma resposta: não sabemos!

Nestes momentos sentimos a fragilidade do ser humano, a nossa insignificância, a nossa impotência. Na vida acontecem coisas que nos transcendem, contra as quais nada podemos fazer. Coisas boas e coisas más, mas a verdade é que quando pensamos desta forma é mais facilmente derivado de acontecimentos desagradáveis.

No meio de toda esta falta de respostas, todos os dias temos que tomar uma decisão importante: o que vou fazer com a minha vida? É uma decisão tomada sem uma base sólida, não sabemos quem somos, de onde vimos, para onde vamos. É uma decisão que origina um rumo incerto, porque o destino pode ser desejado e planeado, mas chegar envolve probabilidades, não certezas.

Será rendermo-nos ao que a vida nos apresenta a solução? Aceitar uma espécie de destino? Ou acaso? A verdade é que o acaso parece ter um grande papel...

22
Out18

Dos problemas

Vida de sonho

Na cabeça da maioria das pessoas, a vida é recheada de problemas, preocupações, ameaças e perigos. A maioria são os nossos medos e a imaginação à solta. Mas, por vezes, há momentos que relativizam tudo. Como, por exemplo, visitar uma criança de 4 anos em fase terminal de leucemia.

Ver uma criança prostrada, que em 2 horas murmurou meia dúzia de palavras quase incompreensíveis e abriu os olhos por poucos minutos, é algo a que é impossível ficar indiferente. A juntar a isso, pais desesperados e num sofrimento atroz, que apenas podem estar junto ao filho e esperar pelo inevitável desfecho sem nada poderem fazer.

Quando assistimos a esse quadro durante 2 horas, o contacto com o que são problemas reais relativiza tudo o que a nossa mente nos apresenta como problemas. Todas as insignificâncias que são aumentadas reduzem-se à sua real dimensão.

Mas não sejamos ingénuos, porque após 1 ou 2 dias, esse efeito acaba por passar e voltamos à nossa boa velha rotina. Estas situações mudam as pessoas, mas as pessoas que passam por elas, que sofrem, que vivem o dia a dia, acompanham todo o processo.

18
Out18

Começar pela base

Vida de sonho

Tal como uma casa se começa a construir pelos alicerces, pela base, também faz sentido desenhar a nossa existência pelo princípio.

As primeiras coisas a considerar deveriam ser: o que é o universo? De onde veio? Como foi criado? E eu? O que sou? Como apareço aqui? Porquê? Começamos mal, porque a maioria das pessoas não conhece uma resposta satisfatória para estas questões.

A ciência ainda está no início do big bang, a matemática ainda não chegou ao momento do big bang, menos ainda ao que, eventualmente, o originou. Temos muitas teorias, temos também a física quântica que está a colocar algumas teorias estranhas, como a influência do observador ou conectividade entre tudo. O facto de tudo ser energia e a solidez da matéria estar a desaparecer bem em frente dos nossos olhos é um golpe duro no referencial científico, pelo menos, Ocidental.

O lado da espiritualidade apresenta respostas. Na espiritualidade, temos religião e algumas escolas filosóficas que se debruçam sobre estes temas. É quase consensual que o que chamamos existência tem origem no espírito, conhecido por vários nomes como Tao, Deus, Brahman, Alá, etc… As respostas deste lado também não são 100% satisfatórias, já que não as conseguimos comprovar cientificamente, nem temos uma experiência direta desse espírito: não o vemos, ouvimos, cheiramos, etc… Ao longo dos séculos, vários místicos relatam experiências diretas desse espírito, muitos afirmam que somos esse espírito. Alguns dos seus relatos originaram religiões ou escolas filosóficas.

Sempre me considerei agnóstico, alguém que tem dúvidas, já que esse espírito pode existir ou não. Não sei. E a verdade é que poucos sabem, se alguns. A maioria refugia-se numa crença: ou acredita que existe ou acredita que não existe. Essa posição é confortável, mas afasta-nos do conhecimento da verdade, pelo menos da busca. Por outro lado, crenças religiosas exacerbadas foram uma fonte de problemas no mundo. Como não sei, acompanho o que diz a ciência e estudo conteúdos filosóficos e místicos. Além da base familiar Católica, estudo o Tao Te Ching e Advaita Vedanta. Pelo caminho cruzo-me com o Budismo. Podemos não ter consciência disso, fruto da agitação dos nossos dias, mas este tema é fundamental para termos estabilidade e referências internas.

17
Out18

A felicidade, sempre a felicidade

Vida de sonho

A ideia que parece dominante nos dias de hoje é: o que eu quero é ser feliz. Parece óbvio, mas se formos um pouco mais fundo, não é algo assim tão simples.

Se seguirmos o modelo dominante, para ser feliz seria preciso ter boas relações, dinheiro, lazer, saúde, beleza, etc... Digamos que muitas coisas boas e o mínimo de coisas desagradáveis. Bom, a fasquia está elevada e não faltam revistas e redes sociais a projetar exemplos de felicidade. Não é preciso elaborar muito sobre o irrealismo desse modelo.

Podemos seguir uma abordagem intermédia, bastante mais razoável e pessoal, e definir o que consideramos suficiente para estarmos bem. Que coisas valorizamos e queremos. Esta abordagem é muito mais interessante, porque definimos objetivos mais ou menos claros e se nos focarmos na concretização teremos boas hipóteses de chegarmos lá. Vai manter-nos entretidos por algum tempo e quando começarmos a atingir os primeiros objetivos a satisfação pela realização vai rapidamente dar origem ao estabelecimento de novos objetivos. É muito difícil atingir algo e parar. A caçada continua, a insatisfação continua.

A minha ideia sobre felicidade é que passa pelo nosso interior. O segredo é a relação que temos com nós próprios. Que tipo de pensamentos e sentimentos povoam o nosso consciente? Qual a nossa autoimagem? Gostamos de nós? Como enfrentamos a vida, com leveza e otimismo ou de forma negativa e pessimista? Quando algo de desagradável acontece temos uma reação de vítima? Desprezamos as coisas boas? Como enfrentamos os desafios familiares, profissionais ou sociais? Podemos ter tudo o que o primeiro modelo sugere ou conseguir os objetivos que traçámos na segunda alterantiva, mas se o nosso mundo interior é negativo, inseguro, recheado de medos, então iremos olhar para o lado negativo e ignorar as coisas boas.

Cada dia que passa mais convicto estou de que tudo tem que começar no interior, trabalhar corpo e mente para o equilíbrio deve anteceder as buscas externas.

16
Out18

Do fluxo de pensamentos

Vida de sonho

Dias difíceis... A nossa vozinha interior, o turbilhão de sentimentos que nos percorre, por vezes ganha tal ascendente que nos domina e a razão é completamente abafada por emoções à solta.

Qualquer pessoa que se disponha a observar o que se passa no seu interior percebe que esse fluxo de pensamentos é incontrolável. Há pensamentos a ocupar o nosso consciente de forma permanente. Também percebe que esses pensamentos são repetitivos, têm padrões. Um dos padrões mais potentes é a nossa autoimagem. Além de ser dos mais frequentes, é também dos mais poderosos, dos que têm maior peso emocional.

Nesses períodos, estamos completamente à deriva, porque esse fluxo resulta de uma longa programação, de anos de assimilação de informação repetida, que por esse motivo se torna verdade. Assim, uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade, porque integra-se no subconsciente, que a aceita. Isto se a razão não intervir. Na nossa infância, a razão está praticamente ausente, portanto, o que ouvimos de pais, professores e amigos é fundamental para a personalidade e autoimagem que vamos ter no futuro.

Quem tem o azar de crescer num ambiente familiar complicado, é muito provável que desenvolva personalidade insegura, uma autoimagem negativa, que poderá boicotar a sua vida em adulto. Os medos, as inseguranças e outras consequências mentais, são tudo fatores bloqueadores para uma vida estável e assim suportar todos os desafios que a vida nos apresenta.

12
Out18

São as nossas opções

Vida de sonho

É inevitável, de tempos a tempos acontecem tempestades na nossa vida. O dia a dia é, para a maioria, um exercício de sobrevivência, fazer as coisas que temos que fazer. Pois é, temos que nos levantar às x horas, temos que tratar das responsabilidades familiares, profissionais e pessoais, temos que isto, temos que aquilo, temos, temos, temos... Muito temos e pouco queremos. Vamos aguentando e acumulando pequenas insatisfações e frustrações até ao momento de explosão. Aí, o balão esvazia e está pronto a voltar a encher.

Nesta fase, tenho perfeita consciência que tenho a vida resultante das minhas opções. E poucas pessoas escapam a esta realidade. Nós temos um papel decisivo em decisões fundamentais como com quem casamos/namoramos/estamos, que trabalho fazemos, o que estudamos, etc... Quando o percurso nos leva a um estado de infelicidade ou insatisfação é necessário olhar para o espelho e assumir: foram as tuas opções que te levaram aqui; se queres algo diferente, necessitas tomar novas opções que te tirem de uma situação que não desejas.

Uma frase muito interessante atribuída a Einstein é: fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é uma definições de insanidade.

11
Out18

Tecnologia evolução vs revolução

Vida de sonho

Mais uma viagem em trabalho à capital, felizmente com boas notícias. Empresa está sólida no crescimento e nos resultados.

A minha visão do mundo está a mudar. Nestas últimas semanas acordei para a tecnologia e o impacto que terá na nossa vida. Ainda hoje li uma notícia sobre o uso de inteligência artificial por parte das redes socias para monitorizar conteúdos de bullying nos comentários aos conteúdos publicados. Um enorme impacto no nosso dia a dia é garantido, a dúvida é apenas quando. Nesse aspeto, o setor financeiro, onde trabalho, tem tudo para sofrer grandes impactos dessa evolução. Comecei a olhar para as coisas com a variável tecnologia em consideração. O impacto potencial é enorme.

Claro que não falamos de uma revolução, antes de evolução cada vez mais rápida. A introdução de tecnologia tem custos elevados e necessita tempo, as empresas não vão avançar com implementações precipitadas de soluções colocando em causa milhões de euros sem provas dadas, sem um mínimo de garantia de sucesso do investimento.

A verdade é que seremos todos impactados por esta evolução, para o nosso bem não devemos ignorar o que está a acontecer.

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