A felicidade, sempre a felicidade
A ideia que parece dominante nos dias de hoje é: o que eu quero é ser feliz. Parece óbvio, mas se formos um pouco mais fundo, não é algo assim tão simples.
Se seguirmos o modelo dominante, para ser feliz seria preciso ter boas relações, dinheiro, lazer, saúde, beleza, etc... Digamos que muitas coisas boas e o mínimo de coisas desagradáveis. Bom, a fasquia está elevada e não faltam revistas e redes sociais a projetar exemplos de felicidade. Não é preciso elaborar muito sobre o irrealismo desse modelo.
Podemos seguir uma abordagem intermédia, bastante mais razoável e pessoal, e definir o que consideramos suficiente para estarmos bem. Que coisas valorizamos e queremos. Esta abordagem é muito mais interessante, porque definimos objetivos mais ou menos claros e se nos focarmos na concretização teremos boas hipóteses de chegarmos lá. Vai manter-nos entretidos por algum tempo e quando começarmos a atingir os primeiros objetivos a satisfação pela realização vai rapidamente dar origem ao estabelecimento de novos objetivos. É muito difícil atingir algo e parar. A caçada continua, a insatisfação continua.
A minha ideia sobre felicidade é que passa pelo nosso interior. O segredo é a relação que temos com nós próprios. Que tipo de pensamentos e sentimentos povoam o nosso consciente? Qual a nossa autoimagem? Gostamos de nós? Como enfrentamos a vida, com leveza e otimismo ou de forma negativa e pessimista? Quando algo de desagradável acontece temos uma reação de vítima? Desprezamos as coisas boas? Como enfrentamos os desafios familiares, profissionais ou sociais? Podemos ter tudo o que o primeiro modelo sugere ou conseguir os objetivos que traçámos na segunda alterantiva, mas se o nosso mundo interior é negativo, inseguro, recheado de medos, então iremos olhar para o lado negativo e ignorar as coisas boas.
Cada dia que passa mais convicto estou de que tudo tem que começar no interior, trabalhar corpo e mente para o equilíbrio deve anteceder as buscas externas.