Andamos todos ao mesmo
Penso que "andamos todos ao mesmo", o que a maioria das pessoas quer é estar bem, sentir-se bem. Para isso procuramos construir uma vida com boas relações, conforto material, etc... Procuramos fatores externos que nos proporcionem um sentimento de bem estar.
À medida que o tempo passa, a minha experiência pessoal tende a concordar com as ideias de que o bem estar é um trabalho interior, que não serão fatores externos o segredo para o conseguirmos. A sensação de bem estar é um sentimento, muitos sentimentos resultam da forma como avaliamos os acontecimentos. Se algo é considerado bom, experimentamos um sentimento de satisfação; se algo é mau, o inverso. Teremos sempre acontecimentos bons e maus, faz parte da vida, das regras do jogo. Criar a expetativa de apenas experenciar coisas boas é irrealista, é um dos caminhos para a infelicidade. Aceitar que os momentos maus fazem parte da vida é um dos trabalhos interiores que contribuem para termos mais momentos de bem estar e não deixar que os poucos momentos maus se sobreponham aos bons.
Esta frase final leva-me para outro ponto. Temos uma tendência para valorizar mais o negativo que o positivo. Há quem atribua essa tendência à necessidade de sobrevivência, há milhões de anos atrás, em que o ser humano viva rodeado de ameaças e necessitava estar particularmente atento a elas. Precisamos contrariar essa tendência com uma atitude de gratidão ou reconhecimento pelas coisas boas que temos. Quando começamos uma rotina intencional de identificar as coisas boas, o principal efeito é compensar o desvio negativo instintivo e equilibrar o jogo das emoções.
Aceitação e gratidão são duas ferramentas muito poderosas para iniciarmos um percurso de vida mais feliz, sem ter que revolucionar as circunstâncias em que vivemos.