Daily journal - 19/06/2017
Fim de semana com sentimentos mistos. Excelentes momentos em família, mas um dos incêndios mais mortíferos dos últimos anos (pelo menos) cria sentimentos de consternação e solidariedade profundas.
Nestas alturas, de novo somos conectados com a nossa mortalidade e o frágil fio que nos liga à vida. Estamos sempre à beira do abismo, nunca sabemos o que vai acontecer a seguir (para o bem e para o mal). Estes momentos são sempre fonte de grande e profunda reflexão. A tragédia está sempre ali ao lado, a qualquer momento também nos toca. Mas no nosso dia a dia também existe sofrimento e dor. Assim, para quê esta vida? Qual o objetivo da nossa existência? Como questionam os Budistas, para quê viver quando tudo é dor?
Pois bem. Para estas questões, apenas a espiritualidade apresenta respostas. E respostas concretas e objetivas obtemos do Hinduismo e dos seus textos sagrados. A criação existe para proporcionar experiências ao criador. Existimos enquanto ferramentas do criador para experienciar algo. O universo é um palco de teatro e o ser humano uma minúscula parte dele. A evolução originou esta forma que, a partir de certa altura, desenvolveu a capacidade de pensar. A partir daí, criou uma personalidade, a mente desenvolveu egos. Desligámo-nos, então, do criador e convencemo-nos de que este planeta é o nosso jardim. Mas somos uma parte deste planeta, somos criação tal como as árvores que arderam ontem, tão frágeis e mortais como a vegetação que desapareceu.
Volto sempre ao mesmo ponto. Perante esta fragilidade, que fazer com a nossa existência? Como ocupar os nossos dias?