Dor e revolta
Há 2 dias escrevia sobre a visita a uma criança de 4 anos com cancro, hoje vou ao funeral...
Existem coisas incompreensíveis, inexplicáveis, injustas e revoltantes. Uma delas é crianças passarem por este drama chamado cancro. Não se consegue aceitar.
Nestes momentos volta-se sempre às mesmas questões, eternas e sem resposta. Existe Deus? Se existir, como permite que estas coisas aconteçam? Por que motivo vivemos num mundo assim, recheado de dor e injustiça? Por que motivo foi criado desta forma? E o nosso papel aqui? O que estamos aqui a fazer? Porquê? Com que objetivo? A nossa mente dispara questões atrás de questões, de forma imparável, todas com a mesma resposta: não sabemos!
Nestes momentos sentimos a fragilidade do ser humano, a nossa insignificância, a nossa impotência. Na vida acontecem coisas que nos transcendem, contra as quais nada podemos fazer. Coisas boas e coisas más, mas a verdade é que quando pensamos desta forma é mais facilmente derivado de acontecimentos desagradáveis.
No meio de toda esta falta de respostas, todos os dias temos que tomar uma decisão importante: o que vou fazer com a minha vida? É uma decisão tomada sem uma base sólida, não sabemos quem somos, de onde vimos, para onde vamos. É uma decisão que origina um rumo incerto, porque o destino pode ser desejado e planeado, mas chegar envolve probabilidades, não certezas.
Será rendermo-nos ao que a vida nos apresenta a solução? Aceitar uma espécie de destino? Ou acaso? A verdade é que o acaso parece ter um grande papel...