Dos problemas
Na cabeça da maioria das pessoas, a vida é recheada de problemas, preocupações, ameaças e perigos. A maioria são os nossos medos e a imaginação à solta. Mas, por vezes, há momentos que relativizam tudo. Como, por exemplo, visitar uma criança de 4 anos em fase terminal de leucemia.
Ver uma criança prostrada, que em 2 horas murmurou meia dúzia de palavras quase incompreensíveis e abriu os olhos por poucos minutos, é algo a que é impossível ficar indiferente. A juntar a isso, pais desesperados e num sofrimento atroz, que apenas podem estar junto ao filho e esperar pelo inevitável desfecho sem nada poderem fazer.
Quando assistimos a esse quadro durante 2 horas, o contacto com o que são problemas reais relativiza tudo o que a nossa mente nos apresenta como problemas. Todas as insignificâncias que são aumentadas reduzem-se à sua real dimensão.
Mas não sejamos ingénuos, porque após 1 ou 2 dias, esse efeito acaba por passar e voltamos à nossa boa velha rotina. Estas situações mudam as pessoas, mas as pessoas que passam por elas, que sofrem, que vivem o dia a dia, acompanham todo o processo.