Não há dúvida que sem saúde pouco se consegue fazer. Sendo assim, cuidar de nós é a base de tudo. Só assim conseguimos desenvolver as diversas dimensões da nossa existência. Para mim, cuidar de nós compreende 3 dimensões: corpo, mente e espírito. Completamente ligadas, mas com necessidades e formas de trabalhar diferentes.
O corpo é onde estamos melhor preparados para atuar. Toda a gente sabe que deve fazer uma alimentação saudável e praticar exercício físico. Uma alimentação saudável é assunto polémico, que não vou desenvolver. Gosto da abordagem Low Carb / Paleo, associada a jejum intermitente. É muito complicado seguir com esta abordagem, portanto, o objetivo é realista: uma alimentação mais cuidada durante a semana; ao fim de semana relaxo um pouco mais. É tempo de estar com a família e umas boas sobremesas sabem bem, sem qualquer dúvida. O exercício é de manhã antes do banho, por volta das 06h45 inicio 15 minutos de exercícios de força e alguns alongamentos. E pronto, já é exigente que chegue. É uma evolução com muito estudo e várias fases ao longo dos últimos anos.
Trabalhar a mente já é mais complicado, porque estamos tão identificados com ela que não achamos possível. A verdade é que a mente é programável: o que achamos que somos, os pensamentos que nos ocorrem, os nossos instintos e as reações emocionais (entre outros) são fruto da programação que se iniciou com o nosso nascimento. A forma como os nossos pais nos educaram, o ambiente em que crescemos e também as experiências que fomos sujeitos moldaram um paradigma mental e emocional a que chamamos personalidade. Sendo assim, por que não havemos de nos moldar de uma forma intencional? Ter estes planos de objetivos que lemos todos os dias ajuda a mente a focar-se; acompanhar conteúdos de desenvolvimento pessoal ajuda a termos ferramentas para levar os projetos em frente; o próprio exercício físico liberta endorfinas que originam uma sensação de bem estar mental. Podemos programar a nossa mente de acordo com os nossos objetivos, com o que queremos ser. Outra maratona, que leva muito tempo, que necessita paciência e persistência. Mas necessitamos começar, porque os primeiros resultados serão a motivação indispensável para continuar. Autoconhecimento e meditação são grandes ajudas para evoluir nesta área. Escrever num espaço como este (ou no clássico diário) ajuda a sistematizar ideias, a clarificar e a programar com intensidade reforçada.
O espírito, então, é algo polémico e fruto de grandes desentendimentos por esse mundo fora. Não sou religioso, mas o lado espiritual/filosófico é muito importante. Continuamos sem saber como aparecemos aqui e o que estamos aqui a fazer. Enfim, as grandes e eternas questões da humanidade continuam por responder: Quem somos? De onde vimos? Para onde vamos? Tenho estudado diversas filosofias orientais e sinto-me bastante próximo delas. Seja o Tao ou o Budismo, passando pelo Zen e a Advaita Vedanta. Mergulhar nestas ideias e práticas sobre a nossa natureza dá-nos perspetiva. Ajudam a perceber que a nossa passagem enquanto indivíduos é muito breve, que somos realmente insignificantes no tempo e no espaço. Nos momentos mais difíceis, o conforto do espírito também nos ajuda a arranjar forças e esperança que as coisas irão melhorar. Quando se aprofunda o autoconhecimento acaba-se por chegar aqui e a espiritualidade tem muito para nos dar. Continuar a estudar estas filosofias com regularidade, seja por livros ou vídeos no You Tube é a forma de cuidar do espírito.