Tudo bem? Tudo. Estará mesmo?
Quantas vezes não iniciamos uma saudação com "bom dia, tudo bem?" e quantas vezes a resposta é "bom dia, está tudo bem".
A verdade é que naquele momento está tudo bem. Estejamos em casa, no trabalho, num café, nos transportes públicos, etc... No preciso momento em que essa conversa ocorre está tudo bem. Há um sentimento de alegria, satisfação que acontece por encontrarmos alguém e o cumprimentarmos. OK, isto também pode acontecer com alguém cuja companhia não seja assim tão satisfatória.
Imaginemos que 3 segundos depois começamos a pensar. Eu disse que está tudo bem, mas estará mesmo? Quando isto acontece, o caldo fica logo entornado. Porquê? Simples, porque a nossa mente encontra sempre algo que não está bem. Está programada para isso.
Tudo pode estar bem quando a mente está desligada. Acontece quando dormimos, quando estamos vidrados na televisão ou no telemóvel ou nos tablets. A indústria do entretenimento tem a dimensão que tem, porque tem esse enorme contributo para a sociedade: desvia a nossa atenção dos pensamentos e permite que uma sensação de bem estar se instale. No nosso modelo civilizacional ocidental, onde valorizamos a razão e o intelecto, chamamos a isto alienação; mas por algum motivo milhões de pessoas o fazem. Porque as faz sentir bem, ao contrário dos seus próprios pensamentos.